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sábado, 16 de abril de 2011

ANESTÉSICOS DE AÇÃO LOCAL

Os anestésicos locais (AL) são fármacos que bloqueiam reversivelmente a condução do impulso nervoso, entre eles, aqueles envolvidos com estímulos nociceptivos. Estes fármacos têm ampla aplicação na clínica médica e odontológica, promovendo anestesia local com intensidade que, muitas vezes, permite a dispensa do uso de anestésicos gerais. Seu mecanismo de ação está ligado ao bloqueio dos canais de sódio, impedindo a despolarização neuronal, impedindo com que o sódio entre na célula mantendo a célula em estado de repouso. A anestesia local atua paralisando as terminações nervosas sensitivas periféricas, ou então, interrompendo a transmissão da sensibilidade à dor entre terminações (nociceptores) e o encefálo.

Dentre os vários efeitos adversos destes fármacos, destacam-se sua ação inibitória sobre o funcionamento do sistema nervoso central (SNC) e sistema cardiovascular, entre outros. Assim, torna-se necessário limitar a ação destes fármacos aos seus respectivos sítios, por meio do uso concomitante de vasoconstritores, os principais vasoconstritores são:

Fenilefrina, Epinefrina (adrenalina), Norepinefrina e a Felipressina.


A fenilefrina possui uma ação vasocontritora maior que a da epinefrina, a qual por sua vez, possui um menor tempo de ação do que a fenilefrina; Também temos a norepinefrina que é menos potente que a epinefrina, e é sintetizada nas fibras nervosas, enquanto a epinefrina é produzida na glândula supra renal. A felipressina possui uma ação vasoconstritora menor do que a da epinefrina, mas a duração do efeito é similar.

Os princípios ativos mais utilizados nos anestésicos locais empregados na odontologia são:

Prilocaína: Ela oferece rápido inicio de ação de 2 a 4 min, tem uma potência e toxicidade duas vezes maior que a lidocaína age por 60 min, possui grande poder de difusão e grande afinidade pela polpa dentária, e encontra-se somente na concentração de 3%.

Bupivacaína: Indicado nas intervenções cirúrgicas odontológica onde se espera intenso traumatismo, tais como: remoção do 3º molar, cirurgia periodontal, extrações múltiplas, próteses imediatas e procedimentos endodônticos, prolongada ação anestésica de 5-9 horas, é o único anestésico de longa duração que esta disponível comercialmente no Brasil, possui uma potencia 4 vezes maior que a lidocaína, e não deve ser usado em crianças.

Lidocaína: É o anestésico padrão em odontologia, presente nas concentrações de 1 e 2%.

Mepivacaína: Possui uma duração de ação intermediária, sua potência e toxicidade é duas vezes maior que a da lidocaína e leva de 1 a 2 minutos para iniciar a sua ação, tem nas concentrações de 2 e 3%.

Articaína: Uma rápida capacidade de ação e boa duração da ação anestésica. Não deve ser usado por pacientes alérgicos a sulfas e amidas. Sérias complicações estão associadas com a Articaína: Parestesia longa ou permanente tem sido reportada como efeito adverso do anestésico e ocorre mais frequentemente quando há associação com a lidocaína.

Benzocaína: A benzocaína é uma substância anestésica local, usada como calmante para dores, sua rápida absorção ocorre através das mucosas. O começo da ação evidencia-se instantâneamente e prolonga-se por 15 a 20 minutos.

Antes de se usar qualquer anestésico deve-se fazer uma avaliação do paciente.

Contra indicações: Alergia confirmada ao anestésico local; Hipersensibilidade a epinefrina; Reações alérgicas aos componentes dos tubetes dos anestésicos.

Complicações: Trismo; Hematoma; Lesões de tecidos moles; Parestesia; Fratura da agulha; Alergia.

A ODONTOLOGIA MAIS MADURA

O crescimento da população idosa e a maior longevidade dos brasileiros são uma realidade atual e que se intensificará no futuro. Diante desta situação, a Odontologia, encabeçada pela Odontogeriatria, tem muitos desafios a superar. E esta especialidade, essencialmente de diagnóstico e clínica, já apresenta uma nova filosofia de atendimento dos pacientes pelos profissionais

Uma das certezas sobre o futuro do Brasil e do mundo é a continuidade e a intensificação da mais importante transformação demo­gráfica da sociedade atual: o envelhecimento da população. Os idosos brasileiros – pessoas com 60 anos ou mais – somam quase 20 milhões, representando 10,5% da população, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2007. Além disso, em 2004 este grupo já superava o de crianças com menos de cinco anos em 17,9%. E esses números devem continuar crescendo, pois a projeção é de que, em 2050, os maiores de 65 representem 18% da população, o mesmo que os brasileiros até 14 anos, e com expectativa de vida de 81,3 anos.

Essas transformações estão sendo ocasionadas pela melhora nas condições de vida, o crescimento e avanço da ciência médica em diagnóstico, novos tratamentos e fármacos, além da queda das taxas de fecundidade. Essa conjuntura e seus desdobramentos tornam mais evidente a urgência cada vez maior de políticas públicas na área e de governos e demais setores da sociedade estarem prontos para atender às necessidades dos idosos, grupo que, além de crescer e da maior longevidade, busca e tem direito à qualidade de vida e consomem mais produtos e serviços.
Para o setor saúde os desafios são bastante grandes, já que o processo cronológico do envelhecimento predispõe ao comprometimento da saúde e ao sur­gimento de enfermidades crônico-degenerativas, que, se não forem detectadas precocemente, antes mesmo da terceira idade, evoluem para limitações físicas e/ou mentais. Neste contexto, a Odontologia e o cirurgião-dentista têm um importante papel na avaliação do paciente como um todo - prevenção, diagnóstico e tratamento -, ou seja, promovendo saúde, o que fica mais bem evidenciado pelos conceitos e conhecimentos científicos e clínicos da Odontogeriatria.
A especialidade foi des­mem­bra­da da Odontologia para Pacientes com Necessidades Especiais e, segundo resolução no Conselho Federal de Odontologia (CFO), de 2001, “se concentra no estudo dos fenômenos decorrentes do envelhecimento que também têm repercussão na boca e suas estruturas associadas, bem como a promoção da saúde, do diagnóstico, da prevenção e do tratamento de enfermidades bucais e do sistema estomatognático do idoso”.

Atenção às peculiaridades

Assim, a prática odontológica dentro deste conceito deve considerar enfermidades crônico-degenerativas como as car­diopatias, hipertensão arterial, diabetes, artrite, artrose, osteoporose, entre outras. Para o cirurgião-dentista Dalton José Sousa Costa, doutor em Periodontia, com ênfase em envelhecimento, pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), e professor do curso de Odonto­geriatria da ABO Espírito Santo, “o tratamento dos pacientes idosos com estas doenças deve ser realizado após avaliação caso a caso, levando em consideração os riscos e benefícios existentes”.
É preciso também lembrar da ação dos medicamentos tomados para minimizar ou estabilizar estas doenças, pois provocam efeitos colaterais diversos na cavidade bucal, como lesões nos tecidos moles, hipossalivação e xerostomia, prejudicando muito a qualidade de vida do idoso.
“A somatória das enfermidades e dos fármacos já justifica plenamente a necessidade da Odontogeriatria, pois eles modificam o organismo, seja em nível sistêmico ou bucal”, explica o cirurgião-dentista José Carlos Oleiniski, professor e coordenador do curso de Especialização em Odontoge­riatria da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), professor desta especialidade na ABO Santa Catarina e doutor em Odontologia, com área de concentração em Odontogeriatria, pela Universidade Complutense de Madri (Espanha).
Outra especificidade da terceira idade que se deve levar em conta são as modificações sociais e psicológicas por que muitos passam, como viuvez, aposentadoria, solidão e depressão. “O atendimento odontológico a este grupo deve ser humanizado e personalizado, com paciência, carinho e atenção especial, além de conhecimento multidis­ci­plinar gerontológico”, completa Costa. E Oleiniski finaliza: “A Odon­togeriatria é um novo campo de conhecimento em que o estado de saúde geral do idoso - as alterações psicológicas, fisiológicas e patológicas decorrentes do processo de envelhecimento - é fundamental para fazer o diagnóstico odontológico correto”.




Cuidados com os dentes na gravidez



Você tem receio de ir ao dentista porque está grávida?

Saiba que esse período merece atenção especial dos dentes. Isso porque, com as alterações hormonais na gestação, não é raro surgir um problema na boca. E foi exatamente o que revelou um estudo realizado pela Associação Paulista dos Cirurgiões Dentistas, em Araraquara. Ao acompanhar 372 gestantes de São José do Rio Preto, cerca de 72% delas tinham algum problema nos dentes. "A maioria apresentou sangramento gengival, que pode ser evitado com uma boa higiene bucal em casa e visita ao dentista", afirmou Ana Rosa Kuymjian Albieri, cirurgiã-dentista e autora do estudo. Outro contratempo comum entre as entrevistadas foi o surgimento de cáries. "Há grávidas que escovam menos os dentes por causa dos enjoos. Outras se alimentam mais vezes ao dia, sem fazer a higienização adequada", diz Ana. Risco de partos prematuros E as complicações não param por aí. Um estudo realizado por pesquisadores das Universidades Case Western Reserve e Yale, nos Estados Unidos, mostrou que doenças periodontais podem levar a partos prematuros. Para o estudo, foi avaliado o líquido amniótico de 46 mulheres com gravidez de alto risco. Dessas, 21 tiveram o bebê antes da hora e o exame foi positivo para bactérias para 19 mulheres. Segundo o cirurgião dentista Arnaldo Takahashi, quando há uma doença periodontal causada por bactéria, o organismo libera substâncias de defesa. Uma delas é a prostaglandina, que pode induzir a contração uterina, gerar um parto prematuro e crianças de baixo peso. Por isso, o melhor é se prevenir: fazer um controle com o seu dentista, para remover placas e tártaros, manter uma boa escovação e não abrir mão do uso do fio dental. Caso algum problema bucal apareça, por segurança, o tratamento deve ser feito, de preferência, no segundo trimestre. “Antibióticos só em casos de emergência. E se houver necessidade há anestésicos especiais que podem ser usados na gestação”, afirma Arnaldo.